Lot e a s Filhas / Jan Massys (1565)

A Guerra e Paz lança “Sexualidade e Erotismo na Bíblia Sagrada”, de Victor Correia, uma perspectiva diferenciada sobre o livro que moldou durante tempo considerável a história da civilização ocidental.

A Bíblia Sagrada é composta por uma coleção de textos escritos desde o século VI a.C. (o Antigo Testamento) até o segundo século depois de Cristo (Novo Testamento) e, como se sabe, foi um dos cânones da religião decisiva na construção da cultura ocidental. Contudo, além das mais famosas narrativas do Gênesis, da Arca de Noé, dos patriarcas Abraão e Moisés e de muitas outras que fazem parte do imaginário popular, que outros aspectos podem ser estudados na Bíblia?

Victor Correia, académico português autor de livros como “Poemas Eróticos da Antiguidade Clássica”, “O Tamanho do Nosso Sonho é Difícil de Descrever: Antologia do Homoerotismo na Poesia Portuguesa”, “Poemas Eróticos sobre Frades, Freiras e Padres” e “Poemas Eróticos da Antiguidade Clássica”, entre outros, propõe uma visão que contrasta, por exemplo, com a ideia de que o cânone é uma fonte normativa de repressão sexual e controle dos desejos. Conforme mostra o autor, a sexualidade foi em certos momentos encarada como um dom divino e uma bênção, ao mesmo tempo que sugere uma panóplia de vivências que até podem ser escandalosas. 

Afinal, a Bíblia pode apresentar histórias a envolver poligamia, incesto, adultério, prostituição e homossexualidade. Óbvio que esses elementos nunca foram destacados pelos leitores religiosos dos textos, mas é bom lembrar que se trata de um vasto compêndio de histórias – muitas das quais escritas há 2500 anos, quando a própria experiência sexual não era vista da mesma forma que hoje. Assim, patriarcas, profetas, reis, sacerdotes, entre outros, aparecem, muitas vezes, conectados com uma celebração do desejo e da sexualidade de uma forma mais rica do que muitas vezes se pensa.

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