A escritora portuguesa Dulce Maria Cardoso é uma das 71 autoras e autores nomeados para a longlist do prestigiado Prémio Literário de Dublin, com o seu romance “Eliete – A vida normal”. Esta obra, traduzida para inglês por Ángel Gurría-Quintana, é a única representação lusófona na lista deste galardão internacional, reforçando o lugar de destaque da autora no panorama literário contemporâneo.

Publicado originalmente em 2018 pela Tinta-da-China, “Eliete – A vida normal” já havia conquistado o Prémio Oceanos em 2019 e sido finalista do Prémio Femina em 2020. A história acompanha a vida de Eliete, uma mulher de meia idade, agente imobiliária, mãe de duas filhas, que, confrontada com a monotonia do casamento e uma existência marcada pela mediania, decide aventurar-se no mundo digital. A hospitalização da avó, com sinais de Alzheimer, é o catalisador para essa busca de renovação pessoal através das redes sociais, que desempenham um papel central na narrativa.

Indicada ao prémio pelas Bibliotecas de Lisboa, a obra é agora candidata a um galardão que reconhece livros de ficção publicados em inglês, oferecendo um prémio monetário de 100 mil euros, sendo 75 mil atribuídos ao autor e 25 mil ao tradutor, caso o livro seja traduzido. Este é considerado um dos mais valiosos prémios literários internacionais, destacando-se pelo seu alcance global e pela diversidade das obras contempladas.

Entre os 71 nomeados, selecionados por bibliotecas de 34 países, encontram-se 26 obras traduzidas e 16 romances de estreia, reforçando a amplitude e o impacto deste prémio. O júri, presidido pelo professor universitário Chris Morash, inclui nomes como Gerbrand Bakker, Martina Devlin, Fiona Sze-Lorrain, Leonard Cassuto e Nidhi Zak/Aria Eipe, figuras de relevo na literatura e crítica internacional.

Os finalistas do prémio serão anunciados no próximo dia 25 de março, enquanto o vencedor será revelado a 22 de maio de 2025 pela presidente da Câmara Municipal de Dublin, Emma Blain, durante o Festival Internacional de Literatura de Dublin.

Este reconhecimento internacional a Dulce Maria Cardoso reafirma não só o talento literário da autora, mas também o papel relevante da literatura portuguesa no cenário global. Num romance que capta com sensibilidade os dilemas contemporâneos e a busca de sentido no meio da banalidade quotidiana, “Eliete – A vida normal” é uma obra que transcende fronteiras e que, agora, ganha a oportunidade de conquistar um dos prémios mais cobiçados da literatura mundial.

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