Partindo de uma premissa histórica bastante original, o papel estratégico da serra de Arouca na produção de volfrâmio (tungsténio) na 2ª Guerra Mundial, Marcos D. Mateus cria um romance histórico sobre um singular momento da história portuguesa. “A Maldição das Pedras Negras” é editado pela Saída de Emergência. 

Não é um momento histórico tão conhecido: durante a 2ª Guerra Mundial Portugal foi um dos raros países do mundo, ao lado de China e Myanmar, a ter reservas relevantes de volfrâmio, elemento químico raro e de vasta aplicação na indústria bélica. Unindo esse pano de fundo com memórias reais dos seus próprios avós, Marcos D. Mateus imagina um romance histórico que traz à tona intensos e movimentados acontecimentos ocorridos na pequena região em torno de Arouca – onde era produzido.

Neutro na guerra, Portugal negociou tanto com os nazis quanto com os Aliados: ingleses e alemães seguidamente tropeçaram uns nos outros (de forma mais afável do que nas batalhas) na região – ainda que recorrentemente cercadas de roubos e contrabandos. Ao mesmo tempo, diversos esforços diplomáticos eram operados por ambos os países junto do governo ditatorial de Salazar. 

Marcos D. Mateus, engenheiro e professor de profissão, estreia na ficção propondo uma revisitação a estes dias agitados. O autor descreve-os assim: “Quem por lá passar, ouvindo apenas o rugir do rio no fundo do vale e o assobiar do vento no alto da serra, não consegue imaginar a azáfama que ali se viveu, a quietude e desolação escondendo um passado de histórias de ódio e covardia, de traição e engano, de riquezas efêmeras e pobreza perpétua, e sobretudo tragédia”. Mas não só: “…são também relatos de amizades singulares e amores improváveis, de coragem desmedida e resoluções astutas, de fé inabalável e expiação”

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